1. Introdução
Você sabe ou já ouviu falar em idempotência?
Em matemática e ciência da computação, a idempotência é a propriedade que algumas operações têm de poderem ser aplicadas várias vezes sem que o valor do resultado se altere após a aplicação inicial. De acordo com a Wikipedia, isso significa que, após a primeira execução de uma operação idempotente, execuções subsequentes não terão efeito adicional. A idempotência é um conceito crucial na qualidade de software (QA), especialmente em serviços web e APIs, pois garante que sistemas sejam mais confiáveis e robustos.
2. Conceito e Exemplos de Idempotência
Em termos de métodos HTTP, a idempotência refere-se a métodos que podem ser chamados múltiplas vezes sem produzir resultados diferentes. Segundo a W3C, o resultado de uma solicitação executada com sucesso é independente do número de vezes que ela é executada. Por exemplo, em aritmética, adicionar zero a um número é uma operação idempotente, pois não altera o valor original.
No contexto de APIs REST, os seguintes verbos HTTP são considerados idempotentes: GET, PUT, DELETE, HEAD e OPTIONS. Por outro lado, o verbo POST não é idempotente. Métodos idempotentes são seguros, ou seja, não alteram o estado da aplicação, enquanto métodos não idempotentes podem alterar o estado.
3. Idempotência em APIs REST: Exemplos Práticos
POST: O método POST é usado principalmente para criar recursos. Cada requisição POST cria um novo recurso, alterando o estado da aplicação. Por exemplo, suponha que temos um endpoint “/user” que recebe um payload para criar um usuário:
{
"name": "Lucas",
"last_name": "Paixão",
"city": "Araraquara"
}
Cada vez que esse endpoint é chamado, um novo usuário é criado, mudando o estado da aplicação e adicionando um novo registro ao banco de dados. Por isso, POST não é idempotente.
GET: O método GET é usado para recuperar dados. Ele é considerado idempotente porque, independentemente de quantas vezes seja chamado, a resposta será a mesma, sem alterar o estado da aplicação.
PUT: O método PUT é usado para atualizar recursos. Ele é idempotente porque, após a primeira chamada, chamadas subsequentes com o mesmo payload não alteram o estado da aplicação. Por exemplo, se enviarmos um payload para alterar a cidade de “Araraquara” para “São Paulo”, a resposta será a mesma em chamadas subsequentes, com o estado da aplicação inalterado após a primeira atualização:
{
"name": "Lucas",
"last_name": "Paixão",
"city": "São Paulo"
}
DELETE: O método DELETE é usado para remover recursos. Ele é idempotente porque, após a primeira chamada que deleta o recurso, chamadas subsequentes não terão efeito adicional, retornando o mesmo resultado. Por exemplo, ao deletar um usuário com “/user?name=Lucas”, a primeira chamada remove o usuário e as seguintes confirmam que o recurso não existe mais, sem alterar o estado da aplicação.
4. Importância da Idempotência em APIs REST
A idempotência é crucial para garantir que os serviços que consomem APIs REST funcionem corretamente, mesmo em situações de erro ou duplicação de chamadas. Por exemplo, se ocorrer um timeout, é comum que o serviço faça uma nova chamada ao endpoint. Sem idempotência, chamadas duplicadas podem causar resultados inesperados ou exceções.
Implementar idempotência previne erros e garante que o sistema se comporte de maneira previsível e confiável, mesmo sob condições adversas. Isso é essencial para manter a integridade dos dados e a estabilidade do sistema.
5. Conclusão
Em resumo, a idempotência é um conceito fundamental para a qualidade de software, especialmente em serviços web e APIs. Ela garante que operações possam ser repetidas sem causar efeitos colaterais indesejados, aumentando a confiabilidade e a robustez do sistema. Ao implementar idempotência, prevenimos erros, melhoramos a experiência do usuário e garantimos a consistência dos dados. Portanto, adotar práticas idempotentes é uma estratégia vital na garantia da qualidade de software.
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